|
LIÇÃO 1 - A AÇÃO CRISTÃ NUMA SOCIEDADE CAÓTICA
Não resta dúvida de que a sociedade
contemporânea, no geral, enfrenta um caos sem precedente:
famílias esfaceladas, juventude desvirtuada, violência,
imoralidade, desrespeito generalizado.
Qual o papel da Igreja Cristã frente a toda esta infeliz
realidade? Tem a Igreja
alguma responsabilidade frente a este caos?
A História narra alguns exemplos notáveis das consequências do
envolvimento da Igreja Cristã com as causas sociais.
Tais exemplos podem ser bem vistos na Europa e na América do século
XVIII. O Revavivamento Evangélico,
que revolucionou ambos os continentes, não pode ser visto apenas em
termos de pregação do evangelho e conversão de pecadores a Cristo;
ele suscitou também uma vasta filantropia e afetou profundamente a
sociedade nos dois lados do Atlântico.
JOHN WESLEY (1703-1791) nasceu em Epworth, Inglaterra, numa família
de dezenove irmãos. Sua
“conversão” se deu em 1725. Logo depois passou a liderar de um
pequeno grupo de estudantes organizado pelo seu irmão mais novo, Charles,
em Oxford, intitulado o “Clube Santo”.
Este grupo tornou-se uma associação, depois denominada
“metodista” por causa do método de estudo da Bíblia e da sua abnegação
que incluía muitas obras de caridade. Em 1735 Wesley for para a Geórgia, como missionário aos índios
norte-americanos. Durante uma tempestade na travessia do oceano, ficou
profundamente impressionado com um grupo de morávios a bordo do navio.
A fé que tinham diante do risco da morte (o medo de morrer
acompanhara Wesley constantemente durante a sua juventude) dispôs Wesley
à fé evangélica dos morávios. Voltou
da Geórgia para a Inglaterra em 1738, onde entendeu que a conversão
anterior fora apenas “religiosa” e passou então por uma “conversão
evangélica” depois de
conhecer o morávio Pedro Bohler que o exortou a confiar somente em Cristo
para a sua salvação. Depois
de uma rápida viagem para a Alemanha para visitar a povoação morávia
de Herrnhut, voltou para a Inglaterra e, juntamente com George Whitefield,
que também fora membro do Clube Santo, começou a pregar a salvação
pela fé. Essa “nova
doutrina” era considerada redundante pelos sacramentalistas da Igreja
Oficial que achavam que as pessoas já eram suficientemente salvas em
virtude do seu batismo na infância.
Em 1739 a pregação de Wesley e Whitefield resultou num
reavivamento entre os mineiros de carvão em Kigswood.
Este reavivamento continuou sob a liderança direta de Wesley
durante mais de 50 anos. Viajou
cerca de 400.000 Km, por todas as partes da Inglaterra, Escócia, País de
Gales e Irlanda, pregando cerca de 40.000 sermões.
Sua influência também se estendeu à América do Norte.
As mudanças sociais que se estenderam pela Inglaterra durante o
período de reavivamento liderado por Wesley são documentadas por J.
Wesley Bready no seu livro England
Befor And After Wesley (A Inglaterra Antes e Depois de Wesley).
Bready descreve a profunda selvageria de grande parte do século
XVIII que se caracterizou pela “cruel tornura de animais no esporte, a
bebedeira bestial do populacho, o tráfico desumano de negros africanos, o
sequestro de compatriotas para a exportação e venda como escravos, a
mortalidade infantil, a obsessão universal pela jogatina, a selvageria do
sistema penitenciário e do código penal, a expansão devastadora da
imoralidade, a prostituição do teatro, a prevalência cada vez maior da
ilegalidade, da superstição e da libertinagem, a
corrupção e o suborno na vida pública, a arrogância e a truculência
das autoridades eclesiásticas... Todas
estas manifestações fazem crer que o povo britânico era, na época,
talvez tão profundamente depravado e corrupto quanto nenhum povo na
cristandade.”.
Mas as coisas começaram a mudar.
No século XIX a escravidão e o tráfico de escravos foram
abolidos, o sistema penitenciário foi humanizado, melhoraram as condições
nas fábricas e nas minas, a educação tornou-se acessível ao público,
surgiram os sindicatos e assim por diante.
O mesmo se pode contar sobre os Estados Unidos no século passado.
O envolvimento social foi fruto da fé evangélica e irmão gêmeo
do evangelismo. Isto pode se
ver claramente em CHARLES G. FINNEY.
Através de suas pregações grandes multidões foram conduzidas à
fé em Cristo. Finney cria
firmemente que o evangelho “libera um poderoso impulso rumo à reforma
social” e, também, de que a negligência da Igreja pela reforma social
entristece o Espírito Santo e constitui um empecilho para o reavivamento.
Através do Evangelismo de Finney, Deus levantou “um exército de
jovens convertidos que se tornaram os agentes do movimento reformador da
sua época”. Em particular, “as forças que se opuseram à escravidão (...) saíram
principalmente de entre os convertidos nos reavivamentos de Finney.”. A História de Missões também comprova o casamento entre Missões e Ação Social. O missionário itinerante carregava consigo uma sacola de medicamentos, sementes ou plantas novas ou selecionadas e um rebanho melhorado. Foram missionários que revolucionaram a economia de Gana ao introduzirem o café e o cacau plantados por famílias e indivíduos em suas próprias terras. Um missionário, James Mckean, transformou a vida da Tailância do Norte ao eliminar suas três maiores pragas: varíola, malária e lepra. Os missionários desempenharam um papel muito importante na abolição do trabalho forçado no Congo. Resistiram ao comércio de escravos no Sul do Pacífico. Lutaram ferrenhamente pelos direitos humanos no combate ao ópio, à atadura dos pés e à exposição de meninas recém-nascidas na China. Abriram guerra à queima das viúvas, ao infanticídio e à prostituição sagrada na India; e, acima de tudo, romperam a escravidão social e econômica do sistema de castas que afetava os inferiorizados e marginalizados. A
BÍBLIA E O ENVOLVIMENTO SOCIAL DA IGREJA:
Estes tópicos serão
desenvolvidos pelo professor em sala de aula, quando você, aluno, poderá
fazer as devidas anotações. i)
Uma Doutrina Mais Abrangente de Deus: QUESTÕES
PARA DEBATE: a)
Como a Igreja deve entender a ‘POLÍTICA”? E
o que é política? Bibliografia: |