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LIÇÃO
2 - APRENDENDO COM O
EXEMPLO DE JESUS
O Evangelho Segundo Lucas enfatiza de modo todo especial o
significado universal da vinda de Jesus.
Enquanto Mateus começa sua genealogia a partir de Abraão a fim de
destacar aos leitores que Jesus é o Rei prometido de Israel, Lucas começa
sua genealogia a partir de Adão. Lucas
apresenta Jesus como filho do pai de toda a humanidade; como o missionário
de Deus, enquanto em Mateus ele é visto mais como o Messias prometido de
Israel.
Lucas enfatiza o significado do ministério de Jesus tanto em
termos geográficos quanto em termos sociais e culturais.
Consideremos estes três aspectos de seu ministério e façamos as
devidas aplicações às nossas vidas e ao desafio de fazer Missões. I.
ROMPENDO AS BARREIRAS GEOGRÁFICAS
Em lucas 4 Jesus estava em Cafarnaum, onde centralizou seu ministério
no início. Foi lá que ele
começou a pregar, ensinar e curar com autoridade.
Foi até a casa de Simão e curou sua sogra. Nas altas horas da noite, o povo lhe trazia os doentes, e ele
os curava, devendo ter ficado um tanto sobrecarregado com este ministério,
pois lemos: “Sendo dia,
saiu e foi para um lugar deserto; as
multidões o procuravam e foram até junto dele, e instavam para que não
as deixasse.” (Lc 4:42).
“Espere aí! Não
diga que já vai! O Senhor
apenas começou seu ministério aqui.
Esta cidade está cheia de corrupção e pobreza, pecado e doença.
O Senhor ainda não pode nos deixar!”
Qual foi a resposta de Jesus?
“É necessário que eu anuncie o evangelho do Reino de Deus também
às outras cidades, pois para isso é que fui enviado.” (vs. 43).
O Evangelho deve se espalhar.
Não pode ficar parado em lugar algum!
Já que o Evangelho é do Reino, isto tem dimensões as mais amplas
e universais possíveis. Fica,
portanto, implícita sua divulgação por toda parte, atravessando todas
as barreiras geográficas. Tem
que estar sempre em movimento, até que todos recebam as boas novas.
O ministério de Jesus demonstra uma preocupação missionária que
cruza as fronteiras geográficas, convocando a todos em todos os lugares a
assumirem a vida do Reino. II.
ROMPENDO AS BARREIRAS SOCIAIS
A missão de Jesus, contudo, não se resumiu a cruzar barreiras
geográficas. Jesus também
rompeu barreiras sociais, pois ministrou a grupos sociais outrora
negligenciados.
Por exemplo, observamos que três vezes Jesus foi à casa de um fariseu
para jantar (Lc 7:36, 11:37, 14:1). Ele,
portanto, não deixou de ministrar até mesmo à classe religiosa que mais
se opunha a Ele. Em outra
ocasião, uma mulher pecadora ungiu os pés de Jesus com perfume (Lc
7:36-50). Jesus não se
preocupava com o estigma social que poderia receber por causa de sua
simpatia e disponibilidade para ministrar a todos igualmente, tanto àqueles
que deveriam ser seus maiores inimigos quanto aos que poderiam cuasar o
maior escândalo para seu ministério.
Aliás, pelo menos segundo Lucas, havia, aparentemente, até uma ênfase
- se não preferência - neste tipo de gente, embora Jesus também tenha atendido à
alta classe de líderes religiosos.
Até os publicanos foram objetos de seu amor e atenção.
Eles eram as pessoas mais odiadas pelo povo, consideradas
exploradoras, em virtude dos altos impostos que cobravam, e traidoras, por
ajudarem a enriquecer o Estado romano. Jesus, apesar deste forte preconceito social, foi jantar na
casa de Levi (Lc 5:27-32). Mais
ainda, ele se convidou à casa de Zaqueu, outro coletor de impostos (Lc
19:1-10). Dessa forma, Jesus
demonstrou concretamente que sua missão implicava em cruzar todas as
barreiras sociais, dando atenção especial para os grupos mais rejeitados
da sociedade.
Por isso mesmo, Lucas revela enfaticamente o alcance que Jesus teve
entre os pobres e oprimidos, desde o princípio de seu ministério: Ele veio para evangelizar os pobres, libertar os cativos e
oprimidos e restaurar a vista aos cegos (Lc 4:18).
Decerto Ele ministrou também aos ricos, pois, provavelmente Zaquel
e José de Arimatéria tinham bons recursos financeiros.
Todavia a forma de dirigirem suas riquezas tinha de mudar diante do
compromisso com Jesus! Assim,
reparemos que, se Jesus fez uma opção preferencial pelos pobres,
certamente esta opção não era exclusiva.
Outro grupo desprezado pela sociedade, que recebeu a atenção e a
preocupação de Jesus, foi o das mulheres.
Lucas faz menção desta dimensão do ministério de Cristo
quarenta e três vezes, enquanto Marcos e Mateus juntos a fazem apenas
quarenta e nove vezes. Além
disso, Lucas dá ênfase especial ao fato de os primeiros missionários
(quem testifica da ressurreição de Jesus) serem todos mulheres
(23:55-24:12). Num mundo onde
o papel da mulher não possúia prestígio nenhum, este fato é
significativo e revelador. Além
disso, só Lucas destaca as mulheres que acompanhavam e sustentavam nosso
Senhor em sua missão (8:1-3). III.
ROMPENDO AS BARREIRAS CULTURAIS E RELIGIOSAS
Jesus alcançou até os samaritanos, aqueles meio-judeus
desprezados e marginalizados pelos judeus.
Mas não só os alcançou como também fez deles heróis quando
contou a história do bom samaritano (Lc 10:29-37).
Imagine o aborrecimento dos fariseus quando ouviram esta história!
Interessante é que, dos dez leprosos que Jesus curou, o único que
voltou para agradecer era o samaritano (Lc 17:11-19).
Outro escândalo cultural e religioso que Jesus causou foi seu
tratamento para com o centurião romano.
Os judeus colocavam os gentios fora da esfera do amor e atividade
de Deus (a não ser que se tornassem judeus).
Contudo, quando esse soldado romano pediu que Jesus curasse seu
servou, confiando apenas na palavra afirmativa de fazê-lo, Jesus afirmou:
“... nem mesmo em Israel achei fé como esta.” (Lc 7:9).
CONCLUSÃO
Onde devemos pregar o Evangelho?
- “a todas as nações” (Lc 24:47).
Assim como, no início de seu ministério, Jesus não foi detido ou
atrasado por barreiras geográficas, mas teve de ir às outras cidades,
semelhantemente, no final desse ministério Ele exorta seus discípulos a
irem a todas as nações. Esta
exortação nos pertence hoje. A
responsabilidade é nossa. Esperemos
apenas até que do alto sejamos revestidos do poder (Lc 24:49).
Observemos que a dimensão da grande comissão é tão extensa
quanto a humanidade, isto é, abarca todas as áreas geográficas, classes
sociais e culturas.
A responsabilidade está sobre nossos ombros.
“Vós sois testemunhas destas coisas”
(Lc 24:48), é uma afirmação que inclui todos os cristãos.
É nossa rsponsabilidade levar o Evangelho a todas as nações.
Se não o fizermos, deixaremos até de ser Igreja, pois este envio
para o mundo faz parte de sua essência. Bibliografia:
CARRIKER, C. Timóteo. Missões na Bíblia - Princípios Gerais. Ed. Vida Nova.
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